Foto: Sérgio Vale 2j5se
Em entrevista ao programa Boa Conversa – Edição Aleac, o deputado estadual Manoel Moraes (Progressistas) fez duras críticas nesta terça-feira, 03, ao governo federal em relação aos embargos de áreas rurais no Acre e destacou a importância da BR-364 para o desenvolvimento do estado.
Líder do governo na Assembleia Legislativa, o parlamentar também comentou o recente relatório fiscal que impede concessões salariais aos servidores públicos e garantiu que o diálogo será mantido com as categorias.
Ao abordar os impactos econômicos da BR-364, Moraes reforçou o papel da rodovia na sustentação da produção rural acreana, especialmente em meio aos entraves causados pelos embargos de terras. “A BR-364, como eu falo, é o coração do Acre. Sobre essa questão dos embargos, isso aí é terrível, porque nós temos 85% preservados, temos 48% de reservas reconhecidas e as pessoas que estão trabalhando, pequenos produtores que fizeram sua parte, seu arroçado, estão sendo multados”, pontuou.
O parlamentar denunciou que cerca de 20 mil áreas rurais podem ser embargadas, o que, segundo ele, bloqueia o o dos produtores a crédito, inviabiliza negociações de terras e até a venda de gado.“Então um estado que tem 48% de reserva legalizada, que tem 80% de suas terras em mata, aí o que tem feito, vai precisar fazer isso com o pequeno produtor, a pessoa que vive lá no meio da mata. Isso aí o Ibama, o governo federal, inclusive vai estar aqui no dia 27, o presidente do Supremo Tribunal vai a Xapuri, eu vou fazer um documento e vou encaminhar pra ele, que eu acho uma grande covardia contra o nosso pessoal”, ressaltou.
Moraes também retomou uma fala polêmica feita na semana anterior, quando sugeriu que o Acre deveria cogitar se desvincular de decisões centralizadas em Brasília, diante da ausência de alternativas e dos impactos diretos na produção local. “Se embargarem essas pessoas, 20 mil, eles acabam com o Acre. O coitado do Acre já não tem produção. Quando tá começando a desenvolver, aparece uma coisa que uma pessoa assina lá de Brasília sem conhecer, sem dar alternativa. Todo problema tem que ter alternativa”, pontuou.
Sobre o relatório do quadro de gestão fiscal divulgado na sexta-feira, 30 de maio, que mostrou que o Acre segue acima do limite prudencial, Manoel Moraes lamentou a impossibilidade de avançar com reajustes salariais ainda no primeiro semestre. “Radicalização não, porque eles entendem, isso é uma questão fiscal. Nós ficamos muito tristes, que esperávamos que saísse. Realmente as categorias têm razão em muitos pontos. E o governador do Acre, ele é uma pessoa que gosta dos funcionários, e ele tinha um plano de realmente abrir algumas negociações”, observou.
Segundo Moraes, o governador Gladson Cameli estava otimista e esperava viabilizar ajustes considerados justos. No entanto, com a manutenção do estado acima do limite fiscal, o tema foi adiado para o segundo semestre.“Infelizmente é a situação. Pelo governador, ele já tinha dito, ele tava muito otimista que ia sair, e que ia conseguir fazer algumas coisas que são justas”, salientou.
Questionado sobre prioridades caso haja alguma margem fiscal no segundo semestre, o deputado citou as áreas da saúde, educação, segurança pública e o Iapen “Eu acho que tanto a saúde, como o Iapen, como a polícia, como os professores, são categorias importantíssimas. E quanto ao plano de carreira, eles já tiveram, só que eles precisam realinhar”, finalizou.