A morte do PSDB só veio demonstrar como os partidos políticos caminharam rumo ao descrédito
As democracias se fortalecem e se enfraquecem, quando os seus partidos se fortalecem ou se enfraquecem. Lamentavelmente, no nosso país, os nossos partidos políticos nunca conseguiram vidas longas, enquanto isto, o cemitério no qual se encontram sepultados os partidos que morreram na plenitude de suas infâncias, quando não nas suas juventudes, encontra-se superlotado de cadáveres.
O cadáver da vez é o PSDB, cuja morte não há mais como ser evitada. Nenhum outro partido político do nosso país, quando do seu nascimento, deu-nos tantas esperanças quanto o PSDB. Dizer-se tucano, chegou a ser motivo de orgulho aos seus filiados.
Outro partido político que, em nosso país, teve uma considerável existência foi o PTB-Partido Trabalhista Brasileiro. Reporto-me ao PTB inspirado naquele que foi o seu grande líder, Getúlio Vargas, e não aquele que foi ferido de morte dada à presença do então deputado federal Roberto Jefferson na sua presidência, e em nível nacional.
Outra esquisitice: no presente, o partido político mais antigo do Brasil vem ser o PC do B, fundado em 1962, em razão das divergências com o então PCB. Ainda assim, e para provar a nossa aversão ao comunismo, embora seja o partido mais antigo do Brasil, entre os nossos dos 513 deputados federais o PC do B só conta com minguados 8 deputados federais, nenhum dos 81 senadores e nenhum dos nossos 27 governadores.
Em relação à morte do PSDB, cuja existência parecia longa, dada a importância dos seus fundadores, e mais ainda, dada a importância política e econômica de Estado de São Paulo, só temos o que lamentar, afinal de contas, partidariamente, nos encontramos a mercê dos interesses dos presidentes do nosso esfarinhado sistema partidário e eleitoral, sobretudo, após o estabelecimento do financiamento público das nossas campanhas eleitorais. A exemplificar: o PL-Partido Liberal, ao qual é filiado o ex-presidente Jair Bolsonaro conta anualmente mais de meio bilhão de reais, assim como o PT, o partido do presidente Lula.
Entre os anos 1995 e 2023, o Brasil foi presidido pelo tucano FHC e os governadores das nossas mais importantes unidades da nossa federação também eram do PSDB. A meca do tucanato era o Estado de São Paulo.
Daí a pergunta que não pode calar: por que o PSDB, em menos de 20 anos, está agonizando, ou seja, vivendo os seus últimos dias de vida? Respondo: porque os integrantes do nosso sistema político-partidário-eleitoral, lastimavelmente, buscam se filiar aos partidos que dispunham das mais apetitosas parcelas do chamado fundo eleitoral.
De todo modo, só nos resta lamentar a morte do pujante PSDB.