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Fidelidade partidária

A infidelidade partidária no nosso país é estimulada pela nossa própria legislação


Se os partidos políticos constituem as bases de qualquer país democrático, inclusive no nosso país, quando alguém de livre e espontânea vontade se filia a um partido político, de antemão, assume o compromisso de seguir as suas orientações, no mínimo, àquelas que estão claramente expressas nos seus próprios estatutos, particularmente, àqueles que por conta da sua filiação conseguem se eleger.


Lamentavelmente, no nosso país, os nossos partidos políticos simplesmente têm se prestado para possibilitar toda sorte de negociatas, sendo mais preciso, de malandragens e safadezas.


Não costumo me reportar aos pecadores identificando-os e nominando-os, e sim questionando os seus pecados, mas em relação à infidelidade partidária no nosso país, duas das nossas mais expressivas figuras do nosso bagunçado ambiente político-partidário se sobressaem, e em razão disto, expresso seus nomes: Jair Bolsonaro e Ciro Gomes, isto porque, ambos já foram filiados a nove partidos políticos distintos.


Em decorrência do descrédito dos nossos atuais partidos políticos, porquanto a nossa redemocratização só veio ser aclamada quando da aprovação da nossa atual constituição, isto no ano de 1988, dois ex-presidentes da nossa República conseguiram se eleger filiados a dois partidos do tipo “faz de conta”: Fernando Collor de Melo filiado ao PRN e Jair Bolsonaro ao PSL. À propósito, ambos os partidos se encontram sepultados no mesmo cemitério para onde foram levados os cadáveres de algumas dezenas dos nossos partidos políticos.


Quem diria que o PSDB tido e havido como um partido político que prometia ter vindo para ficar e em menos de 20 anos encontra-se a beira da morte. Pasmem! Num curto espaço de tempo os “tucanos”, como assim eram popularmente identificados, chegaram à presidência da nossa República e as governadorias dos mais importantes Estados de nossa federação, enquanto isto, na mais recente disputa eleitoral, em 2024, dos 51 vereadores eleitos para compor a Câmara Municipal da cidade de São Paulo, dos 51 vereadores eleitos nenhum deles era filiado ao PSDB.


A nociva polarização político/pessoal “Lula/Bolsonaro” não foi obra do acaso, e sim, resultado da falência ampla, geral e irrestrita do nosso sistema político/partidário, este sim, o principal responsável por tudo de ruim e de podre que vem ameaçando a nossa própria democracia.


No nosso país o sujeito se elege graças à legenda do partido “X”, no qual era filiado, toma posse já filiado no partido “Y” e quando busca sua reeleição filia-se no partido “Z”, isto para atender os interesses dos trânsfugas partidários.


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