Na manhã desta quarta feira, 21, em um pronunciamento contundente na ALEAC, a deputada Michelle Melo expôs a grave situação da saúde pública no estado, com ênfase na alta mortalidade materno-infantil e na negligência istrativa que tem custado vidas.
“O Acre é um dos estados que mais tem mortalidade no Brasil”, afirmou a parlamentar, destacando dados alarmantes sobre mães e crianças que vêm morrendo dentro das maternidades públicas. Segundo ela, a Maternidade Bárbara Heliodora, referência em partos de alto risco, enfrenta uma crise severa, com denúncias de filas de espera sem controle, má gestão e ausência de transparência para gestantes em situação crítica.
Dra. Michelle Melo, médica de formação, não poupou críticas à atuação do governo estadual. “Não podemos aceitar que tantas mães e crianças estejam morrendo e o governo trate isso como uma questão política. Isso é vida, é urgência, é prioridade”, declarou.
Outro ponto grave apontado por Dra. Michelle foi a falta de lógica na gestão da regulação médica. Ela citou o exemplo de um exame vital, o RE, que poderia ser realizado em Rio Branco por R$ 300, mas que é enviado a Cruzeiro do Sul por meio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), elevando o custo para até R$ 5 mil com transporte aéreo incluso. “Isso só acontece no Acre, onde o fluxo é feito ao contrário da necessidade populacional”, disse.
Ela ainda condenou a proibição de estágios a estudantes de faculdades estrangeiras nos hospitais locais, num momento em que o sistema carece de pessoal. “Um estagiário é mão de obra que aprende e ajuda. Por que barrar quem quer contribuir?”, indagou.
A deputada finalizou exigindo seriedade do governo e a presença do Ministério Público e do secretário de Saúde para prestar esclarecimentos à população. “A saúde do Acre precisa de responsabilidade, não de politicagem. A vida dos acreanos está em risco, e é dever do Estado garantir o direito à saúde com dignidade e eficiência”, concluiu.
Dra. Michelle Melo reforça que não faz política com a saúde, e cumpre seu juramento como médica: “Se não puder fazer o bem, que ao menos não se faça o mal”.