Foto: Reprodução 6e73b
O Movimento Indígena de Roraima prepara mais uma grande mobilização em defesa dos direitos dos povos originários com a realização do V Acampamento Terra Livre (ATL) de Roraima, previsto para 2025. O evento acontecerá durante cinco dias na Praça Ovelário Tames Macuxi, no Centro Cívico de Boa Vista, e deve reunir cerca de 8 mil participantes.
O principal foco da mobilização é protestar contra a vigência da Lei nº 14.701/2023, conhecida como Lei do Marco Temporal, e contra a atuação da Câmara de Conciliação, coordenada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A câmara, que teve seu funcionamento prorrogado até 25 de junho, tem sido criticada por causar prejuízos às comunidades indígenas e estimular invasões em seus territórios.
Outro tema de destaque será a crise na saúde indígena. Há quase dois meses, o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Leste de Roraima está sem coordenação, o que tem comprometido seriamente o atendimento às comunidades.
Também estarão em pauta a resistência à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48, de autoria do senador Hiran Gonçalves, e o Grupo de Trabalho do Senado Federal que discute a mineração em terras indígenas — iniciativas vistas como ameaças diretas aos direitos territoriais dos povos originários.
As delegações indígenas das regiões do Baixo Cotingo, Serra, Alto Cuamé, Surumu, Tabaio, Amajari, Wai Wai, Yanomami, Murupu, Serra da Lua e Raposa começam a chegar a Boa Vista nesta segunda-feira (5). Participam do acampamento mulheres, jovens, lideranças e representantes de diversas comunidades.
Além de debates e palestras, o ATL contará com exposições de artesanato, apresentações culturais e manifestações simultâneas em comunidades indígenas de todo o estado.