Foto: Saul Schramm 3p2h64
Debilitada e abaixo do peso, a onça-pintada que matou o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, a por uma dieta rica em proteína para se recuperar no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande (MS).
Uma vez ao dia, o felino tem a disposição uma refeição de 7 quilos de uma fonte de proteína animal, como peixe, frango e carne bovina. Na última segunda-feira (28), o boletim médico do animal detalhou: “Comeu todo o alimento deixado ontem, sobrando apenas uma cabeça de peixe.”
Como um carnívoro acostumado com a predação, as onças-pintadas não comem necessariamente todos os dias, mas ingerem grandes quantidades de carne quando caçam. Por semana, os felinos consomem entre 35 e 40 kg de carne.
O macho pesava 94 quilos, quando chegou na reabilitação na última quinta-feira (24), enquanto o esperado para um animal de seu porte seria cerca de 120 quilos. Com 26 quilos mais magra, a onça “tem comido de tudo, não recusou nada”, de acordo com os veterinários.
No quarto dia no centro, a onça-pintada se apresentou reativa com a presença humana e “tentou ameaçar ataque”. O animal está consciente e “alerta”.
No exame de ultrassonografia abdominal total os médicos observaram alterações agudas no fígado e no rim, “não indicando neste momento a insuficiência de tais órgãos”, de acordo com o relatório. Anteriormente, os exames preliminares indicaram comprometimentos de rins e fígado.
Os exames do animal mostram uma alteração inflamatória do aparelho digestivo (gastroenterite). Os profissionais aguardam novos resultados para saber se há causa infecciosa. A coleta do sangue ainda mostrou uma anemia “leve”.
Onça não deve voltar para a natureza
Após a recuperação, o animal não deve voltar à região de mata em que foi capturada três dias após o ataque.
O felino deve ser transferido para um recinto, definitivo ou provisório — assim que for reabilitado e exames mostrarem que o quadro está estável e houver reversão da desidratação.