Nota de solidariedade à ministra Marina Silva wv29

Por
Irailton Lima

“Eles combinaram de nos matar, mas nós combinamos de não morrer.” Conceição Evaristo. 2y4tp


Nos últimos dias, fomos testemunhas de uma declaração inaceitável proferida por um Senador da República durante um evento formal em seu estado natal. Sob o pretexto de uma “brincadeira”, sua fala expôs, mais uma vez, a resistência que muitas mulheres enfrentam ao ocupar espaços de poder e defender suas posições políticas. O alvo dessa agressão simbólica foi a Ministra do Meio Ambiente Marina Silva, uma das figuras mais respeitadas na luta pelo direito humano a um ambiente saudável no planeta.


A tentativa de disfarçar misoginia como humor não é novidade, mas continua sendo perigosa. O machismo, seja velado ou explícito, opera na deslegitimação das mulheres que ousam se importar com justiça social, insinuando que seu pensamento e sua presença são incômodos a ponto de merecerem ridicularização ou silenciamento em forma de ameaça. Ao validar sua fala por meio da opinião da própria esposa, o senador recorre a uma estratégia comum: usar uma experiência pessoal para relativizar um problema estrutural. No entanto, a realidade mostra que, independentemente da intenção alegada, falas desse tipo reforçam um ambiente hostil e violento às mulheres na política e na sociedade.


Além disso, não podemos ignorar o desprezo pelo decoro parlamentar por parte de quem, como senador da República, deveria representar o Estado brasileiro com responsabilidade e respeito.


Nos solidarizamos com a Ministra Marina Silva, que tem enfrentado não apenas os desafios ambientais de nossa época, mas também a resistência de um sistema político que ainda se sente desconfortável com mulheres que exercem poder de maneira autônoma e comprometida. Mais do que indignação, reafirmamos a necessidade de respeito e responsabilidade no debate público, para que o direito das mulheres de expressar suas opiniões e exercer sua liderança com dignidade não seja tratado como motivo de deboche.


Marina é filha do Acre – o estado que lutou para ser brasileiro. Seu corpo pode parecer frágil, mas sua história confirma que seu espírito é forte, de luta: “sem recuar, sem cair, sem temer”.


Dulcinéia Benício de Araújo – Presidente do TCE-AC
Naluh Maria Lima Gouveia – Conselheira do TCE-AC
Patrícia Rego – Procuradora do MP-AC
Ronald Polanco Ribeiro – Conselheiro do TCE-AC


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