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Praça da Revolução 67h2a

Por
Irailton Lima

A Praça da Casa Forte, projetada pelo paisagista Roberto Burle Marx em Recife, no ano de 1934, até hoje é preservada e valorizada pela população e pelos es da capital pernambucana, e tornou-se motivo de orgulho para todos e relevante material de pesquisa para os novos paisagistas.


Por que em Rio Branco não acontece o mesmo?


A Praça da Revolução, projetada pelo escritório Burle Marx, do Rio de Janeiro, e que leva a do seu sócio e parceiro de vida e trabalho, o paisagista Haruyoshi Ono, vem sendo maltratada há muito tempo. Parece que não existe consciência da relevância deste espaço, que foi concebido após muita pesquisa sobre a história do Acre, sua cultura, e a flora amazônica.


Chamo especial atenção para o desenho perfeito do piso executado em pedras portuguesas, que trouxe à nossa cidade calceteiros cariocas, especialistas neste tipo de pavimento, para que fosse executado com o maior rigor técnico, seguindo à risca a geometria dos desenhos projetados pelo paisagista.


Assim como em Recife, e em tantas outras capitais, uma obra desta relevância deveria ter o cuidado apurado de preservação do seu desenho original, e divulgado como uma grande atração paisagística e cultural da cidade.


O que se vem observando há muito tempo é o descuido e o desrespeito com esta obra de arte.


Foram implantadas vegetações sem a observância do especificado em projeto, e, ainda pior, a cada evento na praça são colocadas tendas com suas cunhas de ferro fixadas diretamente no piso, danificado a preciosa trama, sem se darem conta de que não temos material nem mão-de-obra especializada para sua recuperação, resultando em buracos que, como peças de dominó, vão soltando as pedras que foram tão cuidadosamente fixadas.


Para maior surpresa, neste momento, diversos espaços da praça estão cercados com o anúncio de mais uma obra da prefeitura. Em primeiro lugar gostaria de saber da competência de quem ousa interferir na obra dos mestres do paisagismo brasileiro. E depois, o que realmente será feito.


Temos informações de que haverão alterações drásticas do projeto original, e de que serão implantados quiosques e outros elementos dispensáveis naquele espaço público.


O que eu gostaria de ver neste momento seria o início de um criterioso trabalho de restauração, que deveria resultar no tombamento da praça, e que cada rio-branquense tivesse o orgulho de ter no coração da cidade um monumento arquitetônico desta magnitude, criado pelo escritório Burle Marx, com a do paisagista Haruyoschi Ono.


Eduardo Vieira – Arquiteto


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