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Impacto econômico das enchentes no Acre é o maior do país, avalia Fiocruz 15176

Por
Edmilson Ferreira

Os desastres hidrológicos ocorridos no Acre apresentam o maior impacto financeiro entre os eventos registrados nos Estados, de acordo com um estudo da Fiocruz. Enchentes, alagações, cheias… corriqueiros no Acre, cada desastre como esse tem custo estimado de R$ 15,7 milhões. O estudo avaliou eventos ocorridos no Brasil entre 2000 e 2015 e foi publicado originalmente no ano ado. 2s43t


No dia 22 de fevereiro, o governo federal liberou R$ 450 milhões para ações da Defesa Civil, visando socorro e assistência às vítimas das chuvas em diferentes regiões do país, menos de 5% destinados ao Acre partilhar com 10 municípios alagados.


O Ministério do Desenvolvimento Regional registrou alto índice de desastres provocados pelas chuvas e as cheias dos rios. No mesmo dia, o governador Gladson Cameli decretou estado de calamidade pública naquelas dez cidades. Cerca de 130 mil pessoas foram atingidas no estado, que vive uma grave crise humanitária: além das enchentes, desmoronamentos e desabrigados, o sistema público de saúde está saturado em meio ao aumento de mortes por Covid-19 e uma alta demanda gerada pela dengue.


O estudo da Fiocruz mostra que os desastres hidrológicos responderam por 88,5% dos custos totais e que o maior custo por desastre, no Brasil, foi registrado justamente no Acre.


Foto: Sérgio Vale/ac24horas.noticiasdoacre.com

Os autores do trabalho classificaram os desastres em quatro tipos: climatológicos; geológicos ou geofísicos, hidrológicos e meteorológicos. A partir disso, eles identificaram a frequência com que ocorreram, sua distribuição no território nacional e os custos gerados. Para tanto, utilizaram os dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) de 2000 a 2015. Eles ressaltam que, dos 15.950 desastres registrados, havia indicação dos custos em apenas 4.685 (29,4%), correspondendo a cerca de R$ 4 bilhões em recursos gastos.


Considerando a classificação de desastres “naturais”, no Brasil, nesses 15 anos, predominaram eventos climatológicos como estiagem e seca, queimadas e incêndios florestais, correspondendo a mais da metade das ocorrências (56,2%). Em seguida, vêm os desastres hidrológicos, tais como alagamentos, enchentes, inundações graduais e bruscas (34,9%). Ocorrências meteorológicos, como raios, ciclones, tornados e vendavais, chuvas de granizo, ondas de frio e de calor representam 8%. Já os desastres geológicos (como erosões e deslizamentos) respondem por apenas 0,9% de todas as ocorrências.



A análise dos dados mostra que os desastres hidrológicos — embora tenham apresentado menos de um terço (31,4%) dos eventos com informações sobre custos —, responderam por 88,5% dos custos totais. Quanto ao gasto total nos estados, destacaram-se Pernambuco, Amazonas e Santa Catarina. Contudo, observa-se que o custo por desastre foi maior no Acre e no Tocantins (R$ 2,9 milhões). “Embora a Região Norte tenha registrado 719 eventos, que é menos de um décimo do total de desastres da Região Nordeste, o custo total dos desastres para cada uma destas regiões foi bastante próximo, ultraando um bilhão de reais. Esses custos mais altos na Região Norte, combinados com o segundo menor número de eventos, contribuíram para que esta região apresente o maior custo por evento, que foi de R$ 1.527.644,49, sendo de sete a nove vezes maior que o custo por evento nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul”, escrevem os autores.


Eles observaram, ainda, que as mesmas inundações graduais e amazônicas que atingiram o Acre resultaram em pelo menos 10 vezes mais eventos em Estados como Amazonas e Pará, mas com custo por evento de 11 a 30 vezes menor. De acordo com os pesquisadores, isso indica que os custos podem estar sendo superestimados. Por outro lado, as cheias acabam sendo naturalizadas na região, o que colabora para que nem sempre sejam sistematizados os recursos gastos nestas situações: “As inundações afetam, há anos, as diversas construções nos municípios, incluindo os estabelecimentos de saúde. Com isso, os registros de impactos e custos não são realizados em muitos casos, resultando também em subestimação”, pontuam os pesquisadores.


(Com Fiocruz)


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